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Alternância de poder reforça o princípio democrático

Ao pensar na salutar modificação da cena política nas próximas eleições, me vem à mente a análise arendtiana do poder e da autoridade e a sua crítica à criatividade da violência.

A realidade do poder é complexa e está em permanente modificação: governar é resolver problemas que, a depender do tempo, das necessidades dos governados e das prioridades dos governantes, exige estratégias, alianças e concessões, além da desejável conduta ética.

É humano estar no poder e desejar manter-se, bem como aspirar alcançá-lo e promover mudanças.

Mas poder não deve ser confundido com violência. Ele não é opressão nem coerção, mas sim aptidão humana para agir em conjunto.

O papel daquele que exerce o poder não precisa ser virtuoso, mas deve combater a desigualdade, que é a base para a construção da almejada democracia.

Me emocionam movimentos de mudança política que compreendem o poder como um fenômeno coletivo, que busca comunicação com as pessoas, criando um caminho de ação.

O poder não nasce pronto; é uma potência que exige comunicação, informação, persuasão racional, convencimento ao outro e, só em momento posterior, um agir de autoridade, ou seja, uma atuação que corresponda ao que foi conversado, debatido e convencionado com todos os interlocutores.

A democracia, e com ela a alternância de poder através de eleições periódicas e do voto, evidencia aos que estão no poder que ninguém é supérfluo e que todos merecem ser ouvidos. Na democracia todos são parte do poder.

Portanto, a tensão entre governantes e governados é construtiva e enriquecedora da cena política, abrindo um rol de opções viáveis ao eleitor, mormente quando contextualizadas por valores, ideais, projetos e prioridades muito bem definidos.

Há tempo vivemos tempos difíceis em que só aumenta a descrença e desconfiança nas pessoas e nas instituições. Desejo que nossos próximos passos como comunidade política sejam rumo à renovação do poder, de modo a criar realidades que contemplem as necessidades e aspirações de todos, sem monopolizações do poder e sem perpetuação no poder.

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